sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estratégias de leitura

As estratégias de leitura dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreensão dos dados informativos de um texto. Assim, os procedimentos adotados por cada um se diferenciam, uma vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma.

Algumas pessoas encontram dificuldades em ler, pois acham cansativo, monótono e difícil. Isso ocorre porque, na maioria das vezes, o indivíduo ainda não encontrou um meio estratégico para promover sua leitura de maneira prática.

O leitor fluente processa a informação de forma rápida, regular e automática. (…) Sempre que surge qualquer obstáculo que alerte o leitor para falhas na compreensão, desencadeia-se um outro modo de processamento, mais lento, controlado, não automatizado, que implica custos acrescidos, através da atuação de mecanismos de identificação e remoção do problema e de estratégias de leitura. (COSTA: 92)

É importante que os alunos tenham consciência de que mesmo os leitores fluentes encontram obstáculos no ato de ler, que ultrapassam utilizando determinados procedimentos, como o abrandamento da velocidade de leitura, o reforço da atenção e a utilização de estratégias específicas, como identificação da estrutura textual, ativação de pré-conhecimentos, utilização de sublinhados e esquemas, revisão, ativação da auto-interrogação, etc.

Contudo, não basta descrever estes processos. Na verdade, é necessário mostrar aos alunos como as estratégias funcionam, para que servem e quando devem ser usadas. O professor, enquanto modelo de leitor, poderá demonstrar, por exemplo, enquanto lê em voz alta, como mobiliza estes recursos e explicar os seus ganhos para o processo de compreensão textual.

Ler não é um ato mecânico, e sim um processo ativo. A mente filtra as informações recebidas, interpreta essas informações e seleciona aquelas que são consideradas relevantes. O que se fixa em nossa mente é o significado geral do texto. Portanto, usar o dicionário toda vez que não se conhece uma palavra se torna um processo improdutivo.




COSTA, Maria Armanda, “O processo de compreensão na leitura e o conhecimento lingüístico”, DELGADO-MARTINS, Maria Raquel et alii, 1992. Para a didática do português – seis estudos de lingüística. Lisboa: Edições Colibri, pp. 75-116.


2 comentários:

  1. Gostei da estratégia de contar aos poucos! Precisa buscar leitores para o blog!!

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  2. O comentário anterior era pra outro post. Pra este, gostaria de ver um diálogo com o texto de Solé e com nossas discussões.

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